Intersecções das Redes com o Crime e as Periferias

Intersecções das Redes com o Crime e as Periferias no âmbito do LaReVi

O eixo “Intersecções das Redes com o Crime e as Periferias” do Laboratório de Análise de Realidades Virtualizadas (LaReVi) dedica-se a investigar as dinâmicas entre as redes digitais, a criminalidade e os territórios periféricos, buscando compreender como esses elementos interagem e se transformam mutuamente. Inserido nas Ciências Sociais, este campo de pesquisa analisa as redes digitais não apenas como ferramentas tecnológicas, mas como espaços socioculturais que afetam profundamente os contextos urbanos marcados por desigualdades estruturais.

Redes Digitais, Crime e Periferias: Uma Perspectiva Sociológica

As redes digitais têm se tornado um elemento central na organização da vida contemporânea, inclusive no âmbito do crime e das dinâmicas periféricas. Essas redes atuam como mediadoras de relações sociais, culturais e econômicas, influenciando processos de comunicação, organização e mobilização. No contexto das periferias, as redes digitais podem ser vistas tanto como ferramentas de inclusão e resistência quanto como espaços que reproduzem desigualdades e favorecem dinâmicas criminais.

Pesquisas na área exploram como as tecnologias digitais são apropriadas por grupos periféricos para criar narrativas próprias, ao mesmo tempo em que analisam as relações entre criminalidade organizada e plataformas digitais. A partir de referências como Manuel Castells, que discute as redes como estrutura fundamental da sociedade contemporânea, e Loïc Wacquant, que investiga as dinâmicas de marginalização urbana, é possível compreender como as periferias são atravessadas por lógicas tecnológicas e socioeconômicas.

Principais Dimensões de Estudo

O eixo aborda diferentes dimensões nas intersecções entre redes digitais, crime e periferias, incluindo:

  • Controle Social e Vigilância: A relação entre os mecanismos de vigilância digital e a criminalização de populações periféricas, incluindo o impacto de tecnologias como reconhecimento facial e monitoramento de redes sociais.
  • Resistência e Mobilização: Como as populações periféricas utilizam as redes para resistir à violência institucional, denunciar abusos e construir narrativas alternativas.
  • Estigmatização Digital: A reprodução de estereótipos sobre as periferias em espaços digitais, que reforçam preconceitos e marginalizações.

Importância das Pesquisas sobre as Intersecções das Redes com o Crime e as Periferias

A investigação sobre as intersecções entre redes digitais, crime e periferias é fundamental para compreender as transformações sociais em um contexto de crescente digitalização e desigualdade. A pesquisa nesse campo oferece subsídios para:

  • Desenvolvimento de Políticas Públicas: Criar estratégias mais eficazes e justas de segurança pública e inclusão digital.
  • Análise Crítica das Tecnologias: Identificar os impactos das tecnologias digitais na reprodução de desigualdades sociais e na dinâmica do crime.
  • Empoderamento de Comunidades Periféricas: Incentivar o uso das redes digitais para promover direitos, resistência e construção de narrativas locais.

Ao abordar essas questões, o eixo “Intersecções das Redes com o Crime e as Periferias” do LaReVi contribui para uma compreensão mais ampla e crítica das relações entre tecnologia, desigualdade e poder, promovendo um debate essencial para a construção de uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

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