Análise do Vídeo: Café Filosófico | A mente: de um virtual a outro.

Análise do Vídeo: Café Filosófico | A mente: de um virtual a outro.
Tempo de leitura: 9 minutos.

Por Vitoria de Almeida Kouzeki

Em ” A mente: de um virtual a outro”, Pedro de Santi –  Psicanalista, Psicólogo pela PUC-SP, mestre em filosofia pela USP, doutor em psicologia clínica pela PUC-SP, cita diversos autores para a análise do mundo virtual e pretende, neste episódio do Café Filosófico, diminuir o preconceito contra a experiência virtual investigando-a principalmente a partir da psicanálise.

Visto a crescente inserção da tecnologia no nosso cotidiano, e aqui podemos adicionar não apenas crescente, mas fruto de um processo passado contínuo ( antes do advento da tecnologia já não éramos homens naturais pois precisávamos de extensões e isso se deu através da transformação da natureza), a análise que vai além da dualidade sentida pelo ser humano pelo avanço tecnológico é bastante relevante.

A linha temporal da investigação construída na palestra de Pedro de Santi se inicia em Platão, em que a escrita era vista como possível ameaça à capacidade de intelecto do homem, pois a escrita poderia desestimular a memória e só teria a aparência da sabedoria, mas produziria efeito oposto. Citar Platão é demonstrar que séculos depois vimos que a escrita não foi a ameaça descrita pelo próprio Platão.

O advento da escrita, da imprensa e por fim, da internet, foram marcos em nossa história. Por ainda estarmos vivendo os efeitos das mudanças tecnológicas, cabe a nós analisar esse advento contemporâneo. No entanto, Pedro de Santi coloca que na obra O blackberry de Hamlet, de William Powers, escrita em 2011, há a receptividade mas também o medo do avanço tecnológico.

O medo do virtual não poderia ser justificado do ponto de vista psicanalítico pois, para Freud, a mente é um espaço virtual por si só, produção do nosso cérebro. O título ao longo do vídeo é justificado neste ponto. A mente, virtual, encontra o outro virtual – a tecnologia. Nesse sentido, o espaço virtual, extensão nossa, é tentador. É uma experiência de uso que Pedro de Santi qualifica também como desafiadora, pois, diante ainda da análise psicanalítica- a falta tenta ser preenchida e o princípio do prazer é soberano. Diante do uso da internet, temos muito sendo oferecido em pouco tempo de espera. Neste momento da análise, Adela Stoppel de Gueller é escolhida para fundamentar a fala: É nos espaços de falta e vazio que uma subjetividade se constrói. Portanto, através também de exemplos pessoais, Santi relembra da necessidade de faltar à falta.

Essa necessidade para construção da subjetividade humana o virtual não tem conseguido oferecer. 

O episódio oferece análise crítica e também interna, pessoal, sendo capaz de nos fazer entrar em contato com o que a tecnologia produz em nós e na sociedade. 

Link Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=8xYrQRkqj14https://youtu.be/FmP9jGKlAwc

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