Título: O homo virtualis na confluência entre biopolítica virtual e capitalismo de vigilância: um ensaio bibliográfico
Autor(a): Felipe Casteletti Ramiro e Luís Antônio Francisco de Souza
Resumo: O artigo explora a transformação da biopolítica na contemporaneidade, analisando como as tecnologias digitais do capitalismo de vigilância (Zuboff, 2020) reconfiguram a noção de vida e poder. Partindo da biopolítica (Foucault, 1999a e 1999b) e da tanatopolítica (Agamben, 2002), o texto propõe o conceito de homo virtualis, um sujeito cuja existência seria mediada pela virtualidade. A pesquisa, de caráter bibliográfico, recorre a um conjunto de procedimentos e conceitos oferecidos por uma abordagem foucaultiana para investigar como a biopolítica se adapta às novas tecnologias, gerindo a população por meio de algoritmos e dados. O artigo discute a emergência da “datapolítica”, uma extensão da biopolítica que recorre a tecnologias de vigilância para incidir sobre comportamentos e controlar a vida e a morte. Conclui-se que o homo virtualis emerge de uma condição específica, caracterizada pela dissolução da possibilidade de se distinguir entre o real e o virtual. Desta feita, observam-se dois efeitos: por um lado, a exclusão da virtualidade aprofunda as desigualdades sociais; de outro, a inclusão amplifica os meios de se governar as condutas dos sujeitos.
Palavras-chave: biopolítica, capitalismo de vigilância, realidades virtualizadas, homo virtualis, homo digitalis
Revista: Mediações – Revista de Ciências Sociais
Ano: 2025
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